terça-feira, 26 de março de 2013

O períspirito


O períspirito é o laço que à matéria do corpo prende o Espírito, o qual o tira do meio ambiente, do fluido universal. Participa ao mesmo tempo da eletricidade, do fluido magnético e, até certo ponto, da matéria inerte. Poder-se-ia dizer que é a quintessência da matéria. É o princípio da vida orgânica, porém não o da vida intelectual, que reside no Espírito. É, além disso, o agente das sensações exteriores. No corpo, os órgãos, servindo-lhes de condutos, localizam essas sensações. Destruído o corpo, elas se tornam gerais. Daí o Espírito não dizer que sofre mais da cabeça do que dos pés, ou vice-versa. Não se confundam, porém, as sensações do períspirito, que se tornou independente, com as do corpo. Estas últimas só por termo de comparação as podemos tomar e não por analogia. Um excesso de calor ou de frio pode desorganizar os tecidos do corpo, mas não pode causar nenhum dano ao períspirito. Liberto do corpo, o Espírito pode sofrer, mas esse sofrimento não é corporal, embora não seja exclusivamente moral, como o remorso, pois que ele se queixa de frio e calor. Também não sofre mais no inverno do que no verão: temo-los visto atravessar chamas, sem experimentarem qualquer dor. Nenhuma impressão lhes causa, conseguintemente, a temperatura. A dor que sentem não é, pois, uma dor física propriamente dita: é um vago sentimento íntimo, que o próprio Espírito nem sempre compreende bem, precisamente porque a dor não se acha localizada e porque não a produzem agentes exteriores; é mais uma reminiscência do que uma realidade, reminiscência, porém, igualmente penosa. Algumas vezes, entretanto, há mais do que isso, como vamos ver.
Ensina-nos a experiência que, por ocasião da morte, o períspirito se desprende mais ou menos lentamente do corpo; que, durante os primeiros minutos depois da desencarnação, o Espírito não encontra explicação para a situação em que se acha. Crê não estar morto, por isso que se sente vivo; vê ao lado o corpo, sabe que lhe pertence, mas não compreende que esteja separado dele. Essa situação dura enquanto haja qualquer ligação entre o corpo e o períspirito. Que nos reportemos à evocação do suicida dos banhos da Samaritana que relatamos em nosso número do mês de junho. Como todos os outros, ele dizia: “Não, não estou morto.” E acrescentava: “No entanto, sinto os vermes a me corroerem.” Ora, indubitavelmente, os vermes não lhe roíam o períspirito e ainda menos o Espírito; roíam-lhe apenas o corpo. Como, porém, não era completa a separação do corpo e do períspirito, uma espécie de repercussão moral se produzia, transmitindo ao Espírito o que estava ocorrendo no corpo. Repercussão talvez não seja o termo próprio, porque pode induzir à suposição de um efeito muito material. Era antes a visão do que se passava com o corpo, ao qual ainda o conservava ligado o períspirito, o que lhe causava a ilusão, que ele tomava por realidade. Assim, pois, não haveria no caso uma reminiscência, porquanto ele não fora, em vida, roído pelos vermes: havia o sentimento de um fato da atualidade. Isto mostra que deduções se podem tirar dos fatos, quando atentamente observados.
Durante a vida, o corpo recebe impressões exteriores e as transmite ao Espírito por intermédio do períspirito, que constitui, provavelmente, o que se chama fluido nervoso. Uma vez morto, o corpo nada mais sente, por já não haver nele Espírito, nem períspirito. Este, desprendido do corpo, experimenta a sensação, porém, como já não lhe chega por um conduto limitado, ela se lhe torna geral. Ora, não sendo o períspirito, realmente, mais do que simples agente de transmissão, pois que no Espírito é que está à consciência, lógico será deduzir-se que, se pudesse existir períspirito sem Espírito, aquele nada sentiria exatamente como um corpo que morreu. Do mesmo modo, se o Espírito não tivesse períspirito, seria inacessível a toda e qualquer sensação dolorosa. É o que se dá com os Espíritos completamente purificados. Sabemos que quanto mais eles se purificam, tanto mais etérea se torna a essência do períspirito, donde se segue que a influência material diminui à medida que o Espírito progride, isto é, à medida que o próprio períspirito se torna menos grosseiro.
Mas, dir-se-á, desde que pelo períspirito é que as sensações agradáveis, da mesma forma que as desagradáveis, se transmitem ao Espírito, sendo o Espírito puro inacessível a umas, deve sê-lo igualmente às outras. Assim é, de fato, com relação às que provêm unicamente da influência da matéria que conhecemos. O som dos nossos instrumentos, o perfume das nossas flores nenhuma impressão lhe causam. Entretanto, ele experimenta sensações íntimas, de um encanto indefinível, das quais idéia alguma podemos formar, porque, a esse respeito, somos quais cegos de nascença diante da luz. Sabemos que isso é real; mas, por que meio se produz? Até lá não vai a nossa ciência. Sabemos que no Espírito há percepção, sensação, audição, visão; que essas faculdades são atributos do ser todo e não, como no homem, de uma parte apenas do ser; mas, de que modo ele as tem? Ignoramo-lo. Os próprios Espíritos nada nos podem informar sobre isso, por inadequada a nossa linguagem a exprimir idéias que não possuímos, do mesmo modo que numa população de cegos não haveria termos que exprimissem os efeitos da luz; o mesmo ocorre com respeito à língua dos selvagens, para traduzir idéias referentes às nossas artes, ciências e doutrinas filosóficas.
Dizendo que os Espíritos são inacessíveis à impressão da matéria que conhecemos, referimo-nos aos Espíritos muito elevados, cujo envoltório etéreo não encontra analogia neste mundo.
Outro tanto não acontece com os de períspirito mais denso, os quais percebem os nossos sons e odores, não, porém, apenas por uma parte limitada de suas individualidades, conforme lhes sucedia quando vivos. Pode-se dizer que, neles, as vibrações moleculares se fazem sentir em todo o ser e lhes chegam assim ao sensorium commune, que é o próprio Espírito, embora de modo diverso e talvez, também, dando uma impressão diferente, o que modifica a percepção. Eles ouvem o som da nossa voz, entretanto nos compreendem sem o auxílio da palavra, somente pela transmissão do pensamento. Em apoio do que dizemos há o fato de que essa penetração é tanto mais fácil quanto mais desmaterializado está o Espírito. Pelo que concerne à vista, essa, para o Espírito, independe da luz, qual a temos. A faculdade de ver é um atributo essencial da alma, para quem a obscuridade não existe. É, contudo, mais extensa, mais penetrante nas mais purificadas. A alma, ou o Espírito tem, pois, em si mesma, a faculdade de todas as percepções. Estas, na vida corpórea, se obliteram pela grosseria dos órgãos do corpo; na vida extracorpórea, se vão desanuviando, à proporção que o invólucro sem imaterial se eteriza.
Haurido no meio ambiente, esse invólucro varia de acordo com a natureza dos mundos. Ao passarem de um mundo a outro, os Espíritos mudam de envoltório, como nós mudamos de roupa, quando passamos do inverno ao verão, ou do pólo ao equador. Quando vêm visitar-nos, os mais elevados se revestem do períspirito terrestre e então suas percepções se produzem como no comum dos Espíritos. Todos, porém, assim os inferiores como os superiores, não ouvem, nem sentem, senão o que queiram ouvir ou sentir. Não possuindo órgãos sensitivos, eles podem, livremente, tornar ativas ou nulas suas percepções. Uma só coisa é obrigada a ouvir – os conselhos dos Espíritos bons. A vista, essa é sempre ativa; mas, eles podem fazer-se invisíveis uns aos outros. Conforme a categoria que ocupem, podem ocultar-se dos que lhes são inferiores, porém não dos que lhes são superiores. Nos primeiros instantes que se seguem à morte, a visão do Espírito é sempre turbada e confusa.
Aclara-se, à medida que ele se desprende, e pode alcançar a nitidez que tinha durante a vida terrena, independentemente da possibilidade de penetrar através dos corpos que nos são opacos. Quanto à sua extensão através do espaço infinito, no passado e no futuro, vai depender do grau de pureza e de elevação do Espírito.
Objetarão, talvez: toda esta teoria nada tem de tranqüilizadora. Pensávamos que, uma vez livres do nosso grosseiro envoltório, instrumento das nossas dores, não mais sofreríamos e eis que nos informais que ainda sofreremos. Desta ou daquela forma, será sempre sofrimento. Ah! Sim, pode dar-se que continuemos a sofrer, e muito, e por longo tempo, mas também que deixemos de sofrer, até mesmo desde o instante em que se nos acabe a vida corporal.
Os sofrimentos deste mundo independem, algumas vezes, de nós; muito mais vezes, contudo, são devidos à nossa vontade. Remonte cada um à origem deles e verá que a maior parte de tais sofrimentos são efeitos de causas que lhe teria sido possível evitar. Quantos males, quantas enfermidades não deve o homem aos seus excessos, à sua ambição, numa palavra: às suas paixões? Aquele que sempre vivesse com sobriedade, que de nada abusasse, que fosse sempre simples nos gostos e modesto nos desejos, a muitas tribulações se forraria. O mesmo se dá com o Espírito. Os sofrimentos por que passa são sempre a conseqüência da maneira por que viveu na Terra. Certo já não sofrerá de gota, nem de reumatismo; no entanto, experimentará outros sofrimentos que nada ficam a dever àqueles. Vimos que seu sofrer resulta dos laços que ainda o prendem à matéria; que quanto mais livre estiver da influência desta, ou por outra, quanto mais desmaterializado se achar, menos dolorosas sensações experimentará. Ora, está nas suas mãos libertar-se de tal influência desde a vida atual. Ele tem o livre-arbítrio, tem, por conseguinte, a faculdade de escolha entre o fazer e o não fazer. Dome suas paixões animais; não alimente ódio, nem inveja, nem ciúme, nem orgulho; não se deixe dominar pelo egoísmo; purifique-se, nutrindo bons sentimentos; pratique o bem; não ligue às coisas deste mundo importância que não merecem; e, então, embora revestido do invólucro corporal, já estará depurado, já estará liberto do jugo da matéria e, quando deixar esse invólucro, não mais lhe sofrerá a influência. Nenhuma recordação dolorosa lhe advirá dos sofrimentos físicos que haja padecido; nenhuma impressão desagradável eles lhe deixarão, porque apenas terão atingido o corpo e não a alma. Sentir-se-á feliz por se haver libertado deles e a paz da sua consciência o isentará de qualquer sofrimento moral.
Interrogamos, aos milhares, Espíritos que na Terra pertenceram a todas as classes da sociedade, ocuparam todas as posições sociais; estudamo-los em todos os períodos da vida espírita, a partir do momento em que abandonaram o corpo; acompanhamo-los passo a passo na vida de além-túmulo, para observar as mudanças que se operavam neles, nas usas idéias, nos seus sentimentos e, sob esse aspecto, não foram os que aqui se encontraram entre os homens mais vulgares os que nos proporcionaram menos preciosos elementos de estudo. Ora, notamos sempre que os sofrimentos guardavam relação com o proceder que eles tiveram e cujas conseqüências experimentavam; que a outra vida é fonte de inefável ventura para os que seguiram o bom caminho. Deduz-se daí que, aos que sofrem isso acontece porque quiseram; que, portanto, só de si mesmos devem queixar-se, quer neste, quer no outro mundo.
Certos críticos ridicularizaram algumas de nossas evocações, por exemplo, a do assassino Lemaire, achando singular que nos ocupássemos de seres assim tão ignóbeis, quando temos tantos Espíritos superiores à nossa disposição. Esquecem que é justamente por isso que, de alguma sorte, apreendemos a natureza do fato, ou, melhor dizendo, em sua ignorância da ciência espírita eles não vêem nesses diálogos senão uma conversa divertida, da qual não compreendem o alcance. Lemos em algum lugar que um filósofo dizia, depois de se entreter com um camponês: “Aprendi muito mais com este homem simplório do que com todos os sábios.” É que ele era capaz de perceber algo além da superfície. Para o observador nada é perdido, encontrando ensinamentos até mesmo no criptógamo que cresce no adubo. Recusa-se o médico a tocar numa ferida horrenda, quando se trata de aprofundar a causa do mal?
Acrescentemos ainda uma palavra sobre o assunto. Os sofrimentos de além-túmulo têm um termo; sabemos que ao mais inferior dos Espíritos é dado o ensejo de elevar-se e purificar-se através de novas provas; isso pode ser demorado, muito demorado, mas depende de cada um abreviar esse tempo penoso, porquanto Deus o escuta sempre, desde que se submeta à sua vontade. Quanto mais desmaterializado é o Espírito, tanto mais vastas e lúcidas são as suas percepções; quanto mais está sob o domínio da matéria, o que depende inteiramente de seu gênero de vida terrestre, mais elas serão limitadas e veladas; quanto mais à visão moral de um se estende para o infinito, tanto mais restrita é a do outro. Os Espíritos inferiores têm apenas uma noção vaga, confusa, incompleta e muitas vezes nula do futuro; como não vislumbram o termo de seus sofrimentos, acreditam que sofrerão sempre, o que, para eles, ainda é um castigo. Se a posição de uns é aflitiva, terrível mesmo, não é, por isso, desesperadora; a dos outros é eminentemente consoladora. Cabe, pois, a nós escolher: isto é da mais elevada moralidade. Os cépticos duvidam da sorte que nos aguarda após a morte; nós lhes mostramos o que há, acreditando ter-lhes prestado um serviço. Assim, vimos mais de um deles recuar de seu erro ou, pelo menos, refletir sobre aquilo que antes censurava. Nada como nos darmos conta da possibilidade das coisas. Se tivesse sido sempre assim, não haveria tantos incrédulos e a religião e a moral só teria a ganhar. Entre muitos, a dúvida religiosa não procede senão da dificuldade que têm em compreender certas coisas; são Espíritos positivos, não organizados para a fé cega, que só admitem aquilo que, para eles, tem uma razão de ser. Tornai as coisas acessíveis à sua inteligência e eles as aceitarão, porque, no fundo, não pedem mais do que isso para crerem, e porque a dúvida lhes é uma situação mais penosa do que imaginamos e do que eles gostariam de admitir.
De tudo o que foi dito não há absolutamente um sistema, nem idéias pessoais; nem mesmo foram alguns Espíritos privilegiados que nos ditaram essa teoria: trata-se do resultado de estudos feitos sobre as individualidades, corroborados e confirmados pelos Espíritos, cuja linguagem não pode deixar dúvida sobre sua superioridade. Julgamo-los por suas palavras, e não pelo nome que carregam ou que se podem atribuir.

REVISTA ESPÍRITA, dezembro de 1858.

(01) N. do T.: Vide O Livro dos Espíritos – Livro II – capítulo VI – item 257: Ensaio teórico sobre a sensação dos Espíritos.

segunda-feira, 25 de março de 2013

Comportamento Mediúnico

Todos os espíritas reconhecem o que é um bom comportamento. Se não te esforçares a melhorar, é porque te encontras tomado pela discórdia, dando vazão ao desentendimento por onde passas. A bondade de Deus é tão grandiosa que nós todos, recebemos pelo fluido universal, os pensamentos do Todo Poderoso, com todas as suas leis em estado de germinação para, dentro de nós, informar-nos sobre os caminhos a seguir. Cada um recebe de acordo com a sua capacidade e os Espíritos dotados da razão aproveitam o que sabem, o que o tempo lhes conferiu e plasmam nas sensibilidades etéricas aquilo que acham que deve ser.

Foge das arengas das esquinas e da hostilidade das casas que são próprias desse tipo de vida, pois tais ambientes negativos interrompem a tua função de transmissor da verdade e de cura aos teus irmãos que sofrem e choram. Precisamos de todos, como todos esperam de nós o que temos a dar. Confia em Deus, mas faze com que os outros confiem em ti. Planta pelas mãos dos sentimentos as tuas sementes para colheres na realidade o que plantaste.

Sentimos a glória de Deus em nossos corações, no surgir de uma luz dentro de nós, de onde nasce o Cristo, para ser o nosso motivo de grandes alegrias.

O raciocínio, no amanhã, será mais ajudado pela intuição. Aquele que apenas compreende pela razão, ainda se encontra em escala inferior. Quando mais evoluídos, compreenderemos sem pensar, conversaremos sem necessidade de articular sons e amaremos sem precisarmos dizer que estamos amando. O médium das linhas do bem deve bater nessa porta e entrar com humildade buscando as primeiras letras do alfabeto divino.

Jesus nos mostrou, pela experiência, vivendo o drama do Calvário, que a mediunidade com Ele necessita das marcas da cruz em todos os nossos destinos, problemas inúmeros e dores sem conta, espinhos na carne e contradições nos caminhos, para que possamos selecionar as nossas próprias diretrizes.

Quem vende os talentos que Deus lhe deu, sofrerá a falta deles no caminho da espiritualidade. Quem não vigia e não ora, não sabe o que há de ser do seu destino. Em todos os momentos em que fores exercitar a mediunidade em favor de alguém, convides o Cristo para assisti-la e testemunhar as tuas intenções para com ela. E nesse balanceado das tuas emoções, o Mestre poderá indicar-te o caminho melhor.


Cap. 16 - Segurança Mediúnica - Miramez.

O poder da prece

A natureza nos cede muitos meios de fazer o bem . Nós é que não compreendemos e nos desviamos, por ignorância, das correntes de luz que nos tocam, trazendo, em sua estrutura, a mensagem da saúde com o brilho da harmonia, a nos falar baixinho no ouvido " Amai, que a felicidade é gerada pelo amor".

O senhor espera o o poço ficar pronto para a água aparecer, ou o aprendiz se instruir e se educar para ver a aparição do Mestre. Trabalha com o que tens, que Ele multiplicará, no campo das tuas intenções. Avança, que Deus save o que deve te pertencer. Não exijas do grande Soberano, pois nem sabes o que pedes.

Se tens o dom de curar e te dispões a trabalhar com Ele, não olvides a renúncia, vigia a sensualidade e disciplina todos os teus impulsos inferiores, para que a luz de Deus possa fluir sem interrupção pelos canais da tua mente, para os corações que sofrem nos caminhos do mundo. Sê feliz, com a felicidade do Cristo.

Cap. 15 - Segurança Mediúnica - Miramez.

Livros Espíritas

A literatura espiritualista tem a missão de acordar quem dorme e fazer ouvidos os surdos para que possam entender a vida e falar da vida para quem ainda não teve oportunidade de ouvir. Os livros conduzem a alma aos primeiros degraus da escada, mas quem deve dar o primeiro passo e continuar a subir, somos nós, num trabalho individual que só depende de Deus e de quem se propõe a ascender.

Amar a quem te odeia

Se tratas bem a quem te admira, estás apenas trocando cortesias. Mas se amas a quem te odeia, proporcionas ao ofensor meios para fazer o mesmo, e sais do dever para alcançar o plano da caridade.

Cap. 10 - Segurança Mediúnica - Miramez.

domingo, 24 de março de 2013

DEUS NÃO PERDOA


A frase “Deus não perdoa” parece estranha, à primeira vista. Mas, como veremos de fato Deus não perdoa, pois só perdoa quem é ofendido. E ninguém consegue ofender a Deus, pois Ele é um ser infinito, e que, por isso mesmo, jamais poderia ser atingido ou molestado por nós, seres finitos, limitados. Se pudéssemos ser capazes de prejudicarmos Deus, não seria Ele Deus.
Com efeito, só um outro ser infinito - outro Deus - poderia ofender a Deus. E, ao admitirmos essa hipótese, estaríamos enveredando-nos pelo caminho do Politeísmo, ou seja, o da doutrina que aceita mais de um Deus.
Destarte, podemos afirmar que o chamado pecado, de que falam as religiões, está para as Leis de Deus, assim como o crime está para as Leis dos Homens. Note-se que nem Deus nem a autoridade civil sofrem, pois, quando cometemos um pecado, estamos praticando uma ação que infringe as Leis de Deus, do mesmo modo que infringimos as leis humanas, quando praticamos um crime. Entretanto, em ambos os casos - pecados e crimes - sempre quem sofre as conseqüências deles, direta ou indiretamente, são as suas vítimas, que são, também, inclusive, os próprios autores desses atos, pois um infrator das Leis - quer sejam elas divinas ou humanas - está sujeito a problemas e a penas.
Realmente, o responsável por um pecado ou crime sempre sofrerá, também, as conseqüências dos seus atos, podendo ser ele, inclusive, o único prejudicado diretamente, como no caso de suicídio ou tentativa de suicídio.
E continuemos as nossas elucubrações sobre esta matéria: Deus não perdoa.
Alguém poderia objetar dizendo que a Bíblia afirma o contrário disso. E é verdade. Porém, não podemos interpretar tudo que ela diz, literalmente. São Paulo até nos advertiu dizendo que a letra mata. E a Bíblia teria mesmo que falar que Deus perdoa, para que O tivéssemos como sendo o nosso modelo de bondade e de amor, além do que as pessoas daqueles longínquos tempos somente poderiam entender esse tipo de linguagem.
Na verdade, entretanto, Deus é inofendível. E o que tem esse estado de inofendibilidade, nada tem que perdoar, pois só perdoa quem é ofendido.
E é para esse estado que estamos caminhando, à proporção que, espiritualmente, vamos evoluindo.
No final da vida de Gandhi, essa grande alma de escol indiana, perguntaram-lhe se ele perdoou todos os seus inimigos. E ele respondeu que não perdoou ninguém, pois que ninguém o havia ofendido.
E eis algumas das muitas máximas conhecidas do Homem de Nazaré, que nos deixam clara essa questão de quem já está na fase de inofendibilidade: “Se alguém tomar-lhe a capa dê-lhe, também, a túnica.” “Se alguém lhe bater numa das faces, apresente-lhe a outra”. “Se alguém obrigá-lo a andar uma milha, ande duas”. E esta última: “Não resistais ao maligno”.
Ora, se nós, com nossa perfeição relativa, podemos atingir esse estado de inofendíveis, e, conseqüentemente, de não termos que perdoar, com mais razão, com sua perfeição absoluta, Deus não perdoa!

José Reis Chaves é autor do livro, entre outros, “A Face Oculta das Religiões”, Editora Martin Claret.

sexta-feira, 22 de março de 2013

Conquistando sua própria paz

O médium é instrumento de cura e um ponto de apoio para as criaturas em desequilíbrio. No entanto, é necessário que ele se prepare, antes de ajudar aos outros, para saber como convém ajudar. O espírito que se esforça por sua iluminação interna, encarnado ou desencarnado, a ninguém faz favor. Ele está conquistando a sua própria paz. E somente ele vai desfrutar da tranquilidade imperturbável da sua consciência. A doutrina dos Espíritos, que revive o Mestre, apresenta modalidades educacionais superiores: nada receber nem exigir, em troca daquilo que se oferta. Por isso a mudança nos costumes contrários ao bem é um preparo para que o amor se faça, do modo que Jesus nos ensinou a amar.

Capítulo 9 - Segurança Mediúnica ( João Nunes Maia - Miramez )

Mudar os costumes

Aquele que se entregou à mediunidade, nas linhas de Nosso Senhor Jesus Cristo e nas diretrizes traçadas pelo codificador da doutrina dos Espíritos, haverá de mudar os seus costumes antigos, herdados, às vezes, no lar e, certamente, na sociedade, incompatíveis com o ambiente do amor verdadeiro. O verdadeiro médium é aquele que trabalha todos os dias dentro de si, para melhorar seus sentimentos e corrigir seus impulsos inferiores. E mediunidade, sem educação e disciplina, sem ordem e sem trabalho na caridade, é oficina de Espíritos inferiores, onde podem surgir, constantemente, todos os tipos de desequilíbrios, psíquicos e orgânicos, nos próprios instrumentos e nas criaturas de boa f´, levadas por eles, aos festejos das sombras. A porta para reforma interior é a caridade. E não há caridade sem trabalho.

Capítulo 9 - Segurança Mediúnica ( João Nunes Maia - Miramez )

Ser o ministro do bem

O doente é como uma flor murcha, em um vaso sem água, e a visita do companheiro que deseja servir de instrumento para os espíritos superiores constitui o estímulo necessário para a paz das almas sofredoras. O doente, para nós, deve ser um tesouro precioso, um ponto alto para nossos deveres, onde vamos nos encontrar com o Cristo, abrindo os braços para nos acolher e nos ensinar as mais sublimes lições. E tu, sendo cristão, deves olhá-lo como um teu semelhante, a quem Jesus pediu para amar. Ser médium, segundo o que a doutrina entende e faz entender a todos, é ser ministro do bem. Não é somente ensinar as lições que são recebidas dos bons espíritos, mas, acima de tudo, viver essas lições. O exemplo é força poderosa na persistência do tempo, que transforma o carvão em diamante.
"Bem aventurados os que sofrem, porque deles é o reino dos céus." Não te esqueças dos doentes, porque eles são portas que te levarão a paz, se tu os visitares por e com amor.

Capítulo 8 - Segurança Mediúnica ( João Nunes Maia - Miramez )

quarta-feira, 20 de março de 2013

Quem não perdoa, desconhece totalmente as belezas do amor, do céu e de Deus.

Quando alguém te ferir e a revolta der sinal na sua mente apontando desforra, e o raciocínio indicar  e pedir justiça , é prova de que ainda não compreendeste o Cristo que deve nascer dentro do teu peito e iluminar o teu coração. O perdão desceu do céu em uma carruagem que se chama misericórdia. Sem essa força de Deus em todos os segundos da nossa vida, não teremos paz. Quem não perdoa, desconhece totalmente as belezas do amor, do céu e de Deus.

Página 130 - Livro Segurança Mediúnica


Onde se pode encontrar a prova da existência de Deus?

Procurai a causa de tudo o que não é obra do homem, e vossa razão vos responderá.
Para crer em Deus basta lançar os olhos sobre as obras da criação. O Universo existe. Ele tem uma causa. Duvidar da existência de Deus seria negar que todo efeito tem uma causa, e adiantar que o nada pode fazer alguma coisa. 
Se um sentimento da existência de um ser supremo não fosse senão o produto de um ensinamento, ele não seria universal, e não existiria, como as noções da ciência, senão aqueles que teriam podido receber esse ensinamento. 
A inferioridade das faculdades do homem não lhe permite compreender a natureza íntima de Deus.
Por estar acima de todas as coisas, Deus não deve suportar nenhuma vicissitude e não ter nenhuma das imperfeições que a imaginação pode conceber.
A sabedoria provincial das leis divinas se revela nas menores coisas, como nas maiores, e essa sabedoria não permite duvidar da sua justiça, nem da sua bondade.

Leitura do  Capírtulo I (DEUS) - Livro dos Espíritos.


Laços divinos

Amigos, não podemos deixar nossos laços com Deus se enfraquecerem. Diante disso, inferiores se apoderam de nossas energias, e nos deixam desmotivados e tristes. Vamos fortalecer cada vez mais nosso laço com o santíssimo!